Ex-secretária de saúde de Macapá relata como foi o combate a Covid-19 e reforça necessidade de manter a vacinação
A convite do vereador Claudiomar Rosa (Avante), a Tribuna da Câmara de Vereadores recebeu nesta terça-feira, 4 de abril, durante a 15ª Sessão Ordinária, Gisela Cezimbra, ex-secretária de Saúde de Macapá, que atuou na linha de frente de combate à COVID-19.
Em 2020, Gisela esteve à frente da Secretaria de Saúde de Macapá na gestão do prefeito Clécio Luiz. “A gente precisa trazer algumas lembranças e trazer alguns números para entender como isso tudo aconteceu e como o nosso cenário não foi pior do que poderia ter sido”, declarou.
Ao todo, a pandemia da COVID-19 já atingiu 700 mil mortes no Brasil; na região Norte foram mais de 50 mil e no Amapá, foram 2.169 óbitos. São números que revelam a gravidade da COVID-19.
Segundo ela, essas estatísticas poderiam ser maiores:
“Assim que assumimos a secretaria, fomos à imprensa local informar às pessoas que procurassem atendimento nos primeiros sintomas. Esse protocolo foi o contrário do que orientava o Ministério da Saúde que sugeria que a busca por atendimento hospitalar fosse feita somente quando a pessoa tivesse sentindo os sintomas mais graves da COVID-19”, afirma Gizela.
Para a ex-secretária, essa atitude ousada e corajosa só foi possível porque a Munícipio de Macapá tinha, naquele momento, Unidades Básicas de Saúde totalmente equipadas, estruturadas e com medicação para atender o quantitativo da população que procurava atendimento. Assim o atendimento aos pacientes de COVID-19, passou a ser tratado, a partir dos sinais e sintomas na atenção básica. Se fosse deixar esperando esses pacientes procurar a rede hospitalar emergencial, a demanda não seria suficiente para atender a todos.
Na época, a rede básica de saúde de Macapá atendia 3 mil pacientes por dia, independente do tipo de receita (virtual ou física); se ela vinha de outro município, estado ou consultório particular. Atendia-se a todos tratando os sinais e sintomas.
“Entendemos também que algumas medidas restritivas precisam ser adotadas, mas sempre com o compromisso e a responsabilidade. E, a realidade que tínhamos é uma saúde municipal totalmente estruturada e que dava resultado satisfatório na condução dos sinais e sintomas para que os pacientes não agravassem”, relata Gizela.
Além disso, a ex-secretária ressalta que foram vocacionadas 4 Unidades de Saúde para atender à COVID e mesmo assim não eram suficientes. Diante disso, construiu-se a UBS do Santa Inês, em 12 dias, na Quadra de Esportes do Santa Inês que ficou conhecido como “Covidinho”. Essa Unidade passou a ser atender prioritariamente COVID 24 horas dentro do município de Macapá e ficou ativo até a ultima onda em 2021.
“Conduzimos a pandemia nesse formato e conseguimos um número menor do que poderíamos ter. O compromisso de fazer o melhor que aquilo que você tem e a Atenção Básica fez muito sentido e teve muita importância nesse momento”, disse Gizela.
Claudiomar Rosa, lembra que a Prefeitura aprendeu fazendo, e fomos muito bem. Mas, perdemos muitas vidas. Por isso, criamos a Lei em Memória às Vítimas da Covid-!9 para lembrar os entes queridos que partiram em decorrência da doença. Por isso, a vinda da ex-Secretária na proximidade desses dias para fazer esse simbolismo.
Gisela Cezimbra reitera de que é preciso manter os cuidados e de que a vacinação é essencial para manter o controle da pandemia COVID-19.
Ascom/Claudiomar Rosa
Fotos: Jaciguara Cruz/Rosivaldo Nascimento